Histórias do Japão
Nos ares
Estou no ares. Literalmente. Acabei de partir e dar um "tchau" para o meu Brasil. Que comece a tão viagem esperada.
Agora estamos na Turquia. Primeiras 12 horas de avião já foram. Passei mal, tive dor de cabeça e não consegui dormir. Feliz que metade do caminho já foi. Triste que vou precisar passar por mais 12 horas. No avião. Apertado. Desconfortável. Já exausto só de pensar e com muito sono. Meu objetivo é apenas dormir no próximo vôo e chegar logo.
Estamos na China agora. Faltam 3 horas para chegar no Japão. Consegui dormir após assistir 2 filmes de Harry Potter. Acordei com dores na perna e no pé. E agora 10 minutos fazendo exercícios de alongamento para relaxar. Pretendo assistir algo para passar o tempo, aliás, temos mais 3 horas de vôo.
O sol nascente
Cheguei no Japão. Mais preciso em Narita, que fica uns 40 minutos de Tóquio (de Shinkansen). Fomos comprar o famoso chip para ter internet e ir para Osaka. Comprei e na ansiedade de ter tudo certo, não consegui configurar o maldito chip. Já ansioso de fazer tudo certo, acabei pagando um cara só pra configurar. O que ele fez foi apenas dar um reset no modo avião e simplesmente começou a funcionar. Os 1000 ienes mais facilmente perdidos.
Agora com internet, fomos organizar o ticket do JR Pass para pegar Shinkansen e ir para Osaka. Ééééé... Não!
"You don't go to Osaka today" - atendente do JR Pass
Perdemos a hora e não tinha mais Shinkansen para Osaka. Ficamos um tempo perdidos. Um tanto triste. Um tanto puto. É, mixed feelings.
Estava totalmente fora do planejamento ficar em Tokyo no primeiro dia. Tentamos até achar ônibus para Osaka, mas nenhum ia de Tokyo para lá.
Sem qualquer chance de ir para Osaka nesse dia, decidimos ir para o bairro de Shinjuku em Tokyo e alugar um quarto em algum hostel. Dos lugares de Tokyo, era o mais em conta, dado que queríamos algo perto da estação e estávamos com malas grandes.
No meio do caminho teve a gente perdido no metro station (Shinjuku é gigante e até hoje eu não sei como me localizar dentro da estação) e depois perdidos no avenida para o hostel em Shinjuku. Aliás, as avenidas de Shinjuku de noite são lindas. Cheias de luzes, outdoors animados, bandas tocando e e uma multidão de pessoas.
Um lugar típico cidade grande, agitado e cheio de pessoas. Mas o mais legal é você cruzar a rua paralela e ser um lugar super calmo e residencial. Uma avenida não interfere na outra. É como se cada avenida respeitasse a individualidade da outra.
Entre avenidas e pessoas, enfim chegamos no hostel.
O hostel chamava Pumpkey Tokyo, bem simplezinho e pequeno, perdido numa rua calma, numa travessa de umas das avenidas movimentadas de Shinjuku.
Bateu aquele medo de não conseguirmos realizar o checkin, aliás, já era 00:00, horário além do combinado. Mas deu tudo certo, o recepcionista era estrangeiro e consegui me comunicar em Inglês com ele. Eu já falei que ainda não falo japonês?
Enfim, pegamos o quarto, tomamos nosso banho e fomos dormir já planejando o dia seguinte para nada dar errado.
Ufa, sobrevivemos! Esse foi o turbulento primeiro dia no Japão. Agora só quero descansar e estar pronto para as próximas aventuras.
Em busca de Osaka
Agora são 5h do dia 2 aqui em Tokyo. Acordei mais cedo e enquanto meus amigos ainda descansam do longo dia de ontem. Lavei meu rosto e escovei os dentes já ansioso para sair e ver a cidade. Ontem foi uma correria, então não consegui registrar como Shinjuku em Tokyo é uma linda cidade.
O frio bate uns 13 graus agora. Mas aqui é diferente de São Paulo (sim, sou de SP, "mano"!). Não tem muito vento. É um frio de temperatura apenas. Foi uma ótima escolha vir para cá entre o outono e inverno, a temperatura é ótima para viajar, passear, além de estar lindo.
Está super cedo, mas já vejo muitas bachans e jichans caminhando pelas ruas. Vi também crianças indo para a escola. Sozinhas!
Também fiquei impressionado com a quantidade de bicicletas aqui. A cidade parece ser toda planejada para esse tipo de mobilidade. Aliás, o meu sentimento é que existe uma harmonia entre pessoas, bicicletas e carros nas ruas. Acho que mais que uma harmonia, um respeito. As pessoas sempre tem preferência, depois as bikes e assim os carros.
Mas falando das bikes, as que ficam paradas ou estacionadas nas calçadas não possuem cadeados. Como assim as pessoas não protegem seus pertences? Talvez simplesmente porque não precisam de proteção. Se a bike é sua, não há motivos para alguém pegá-la. (edit: na verdade as bikes tem uma trava, um tipo de cadeado com chave para não conseguir pedalar. As pessoas acabam levando a chave depois de trancar).
Depois de respirar um pouco o ar de Tokyo, voltei para o hostel e todo mundo já estava acordando. Começou a preparação para Osaka.
Já com mais calma, fizemos um caminho diferente para a estação de trem. Muito mais perto, muito mais tranquilo de ir. Era o sinal que as coisas iriam começar a fluir melhor na viagem.
Chegamos na estação e fomos para a plataforma do Shinkansen. Pegamos o trem bala, logo sentamos e ficamos tranquilo para as 3h de viagem para Osaka. Tranquilo? Só que não. Só podia ser com emoção.
Por acaso entramos no vagão que é reservado. Basicamente existem vagões dos trens que são para pessoas que reservaram o assento. Não sabíamos e ficamos sentando de poltrona em poltrona. Até um casal vir falar em inglês com a gente sobre os vagões reservados e que deveríamos ir para um vagão que não era reservado. Começou o stress.
Fomos até o vagão não reservado, mas já não tinha mais assentos. Agora pensa: 4 pessoas, que acabaram de chegar no país, passaram um super aperto no primeiro dia, com várias malas de viagem, sem conseguir se comunicar e entender o que estava acontecendo. Basicamente a solução era ficarmos em pé no trem.
Logo veio a ideia de descermos na próxima parada e reservar assentos no próximo trem. Estávamos todos com malas grandes e sentar seria muito mais confortável. E de quebra pegamos um obentô para comer no caminho.
Enfim chegamos em Osaka. Agora só faltam 20 minutos andando até o nosso apê. Shin-Imamiya, o local que ficamos em Osaka, me pareceu bem mais tranquilo que Tokyo. Menos pessoas, menos carros. Mais Ojisans, menos jovens.
Disclaimer: Fomos saber só depois que Shin-Imamiya é um bairro bastante pobre e que muitos viajantes vão para se hospedar por conta do baixo custo dos Airbnbs e hotels. Se percebia andando pela rua que muitas pessoas pareciam mais humildes e o bairro super pacato. Mas não imaginava que era praticamente uma favela.
Só descobrimos depois que os tios da Kazumi nos contou. O que bizarro, dado que você andando pelo bairro, você não acredita que é uma favela de pessoas super pobres, mas sim, uma cidade normal mais pacata do que Tokyo.
Eu não acreditei quando finalmente chegamos no apê. Ajeitamos as malas e descansamos um pouco, aliviados que deu tudo certo. A real viagem iria começar agora.
Decidimos ir comprar iPhone numa Bic Camera em Tennoji. Foi super cansativo, andamos 12 andares, para saber que o andar de eletrônicos estava no andar 3 e meio (tipo a plataforma 9 3/4 do trem para Hogwarts).
Depois decidimos ir para Dotombori. Local bem turístico, cheio de pessoas (turistas).
Já estava tarde e estávamos com fome em busca do nosso sushi. Andamos, andamos e andamos. Nada do restaurante de sushi. Desistimos e fomos no primeiro lamen que vimos. A parte triste é que foi um lamen bem ruim e o pedido veio errado, não entregaram nosso gyoza :(
E é um tanto difícil tentar argumentar, dado que nenhum de nós é fluente em nihongô. Não tínhamos muito o que fazer, então só aceitamos.
Bom, foi um dia cansativo, cheio de falhas e não conseguimos aproveitar bem o tempo para turistar e conhecer melhor Dotombori.
Chegamos em casa exaustos. Não fiz mais nada. Apenas deitei na cama e só acordei no dia seguinte. Capotei lindamente.
Um universo paralelo
O dia da Universal Studios já estava marcado no nosso planejamento de viagem. Então no dia anterior nos preparamos para comprar o ingresso para não ter problemas na entrada do parque.
Uma observação é que compramos esse ingresso numa Lawson (as famosas konbinis - ou lojas de conveniência). Realmente se vende tudo nessas lojinhas. Aliás, outra observação é que em toda esquina tem uma konbini. Tudo é muito fácil e conveniente no Japão. Já diziam alguns que o Japão é o país da organização e conveniência.
Bom, já estávamos nos acostumando a pegar trem em Shin-Imamiya - Osaka, então, não foi difícil chegar até a Universal. Foi bem simples, o que ajudou a gente a não se preocupar com isso.
A entrada ilustrava que estávamos em um "universo paralelo", totalmente diferente de Osaka.
Fomos em busca do universo de Harry Potter, mas no caminho encontramos algumas lojinhas do Snoopy e aproveitei para comprar omiyage (presentinhos de lembrança) pra Yui, minha sobrinha.
Enfim chegamos no mundo mágico de Harry Potter. Talvez o lugar que eu mais queria conhecer na Universal.
Mas só conseguimos ir no brinquedo mais ou menos 1h40 depois. A fila estava gigantesca. Fica aqui a lição de ir no brinquedo do Harry Potter apenas de noite, que é mais tranquilo.
Mas foi muito divertido voar de vassoura com o Harry.
A canseira começou a bater, dado que ficamos 1h40 em pé, na fila. Não só a canseira, a fome também. O restaurante do Harry Potter não estava com uma cara tão apetitosa, então decidimos sair e ir para o próximo "mundo": Jurassic Park.
Comemos, descansamos e relaxamos um pouco antes de continuar o passeio e ir em outros brinquedos.
E chegou a hora do Splash. A fila demorou bem menos que Harry Potter, o que foi um vitória. Quando chega para entrar no barco, a fila se divide entre entrar na frente, no meio ou na traseira. Aleatoriamente fomos parar na frente, o que quer dizer uma coisa: água, muita água por vir. Sim, ficamos encharcados. Mas foi muito divertido.
Já estava entardecendo, mas ainda tínhamos energia para mais brinquedos. Fomos para o próximo mundo: Spider Man em New York.
Não percebemos, mas a fila estava gigantesca! Ficamos um bom tempo nela, o que nos fez cansar demais.
Apesar de super rápida, a experiência 3D do homem aranha foi bem legal. A fila foi cansativa, então logo que saímos, fomos logo procurar algum lugar para sentar e descansar.
Agora já de noite, a Universal se tornou um habitat dos monstros, ja que é época de Halloween. Eles ficam passeando pelo parque, assustando pessoas, e logo depois se reunem para fazer performances de danças. Super divertido!
Gostaria de ter ficado mais tempo aproveitando o Halloween da Universal, mas estávamos todos cansados - muito por causa do tempo infernal nas filas - então decidimos ir para casa descansar para no dia seguinte estarmos bem pra mais aventuras e experiências!
Contemplando
Kyomizudera é um dos mais famosos templos de Kyoto (e se pá, do Japão). Não podia faltar nessa viagem e já estava planejado para o quarto dia no Japão.
Segunda vez que pegamos Shinkansen, agora para Kyoto. Foi uma viagem tranquila e não tão demorada. Kyoto é relativamente perto de Osaka.
Chegando em Kyoto, já deu pra perceber o quão interior e tradicional ela é comparada a Tokyo e Osaka. Muito verde, pessoas mais idosas, casas bem tradicionais.
Foi a primeira vez que pegamos ônibus e apenas seguimos o fluxo de turistas indo todos para o templo.
Chegamos em Kyomizudera. Que lugar lindo! A combinação do templo, árvores, arquitetura tradicionalmente japonesa e muitas
Começou a bater aquela fome e já tinhamos lugar definido para almoçar: Okabeya Tofu.
Um lugar onde tudo é a base de tofu. Eu que não sou fã de tofu, adorei! Um lugar simples e com uma comida deliciosa.
A verdade é que aparentava simples pela arquitetura mais tradicional, mas na verdade é um restaurante super conceituado e um tanto quanto salgado, não pela comida, mas pelo preço. Pra mim valeu a pena, com certeza foi uma decisão bem feita.
Logo após almoçar, fomos subir para chegar nos templos. Cheio de pessoas.
E com entradas bonitinhas.
Passamos por aquelas famosas madeirinhas de boa sorte e desejos.
É uma sensação estranha pra mim. Eu nunca tinha ido ao templo Kyomizudera, mas não sei se é por ser decendente, ou ter experiências parecidas de templos e arquiteturas parecidas, que eu me sentia em casa. Nada era muito estranho ou turístico pra mim. A sensação era apenas de apreciação pela beleza.
A vista do templo é linda! Consegui ver uma parte da cidade, que é um mix entre verde e cinza.
E para finalizar o dia, ficamos passeando pelas lojinhas. Por ser um lugar tão turístico, tinha muitas lojas de omiyage (presentes de lembrança). Comprei muitas coisas de chá matcha, chocolate, do Studio Ghibli (Tonari no Totoro).
Ver uma paisagem tão linda, comprei presentinhos e comer o melhor tofu da minha vida. Foi um dia muito produtivo e divertido. Dormi feliz que consegui aproveitar bem o dia e ver a grandeza de Kyoto. Achei tudo muito bonito lá!
Aliás, voltaria mais vezes pra poder visitar outras partes da cidade e outros templos bonitos. Kyoto, apesar de ser bem tradicional, é uma cidade bastante vibrante pela natureza e arquitetura. Gostei muito da experiência como um todo.
A vista mais alta
Um dos passeios planejados era ver a família da Kazumi em Osaka. Deixamos todo o passeio nas mãos dos tios e apenas seguimos até Tennoji, neighborhood de Osaka, bem pertinho de onde morávamos.
Conheci os tios, que são brasileiros e falam português nativamente, e também as 4 primas, que são todas japonesas. Uma delas sabia inglês e bem pouco de português.
Talvez tenha sido o contato mais imersivo da cultura japonesa que tive. As tentativas de comunicação, ouvindo em japonês, respondendo em inglês e as vezes tentando traduzir o português. Foi muito divertido.
Pra começar o dia, achamos uma lojinha de takoyaki (bolinho de povo) na rua e comemos como asa-gohan.
Passeando no shopping para comprar omiyage para a família, já estávamos ficando com fome, já que era quase hora do almoço. Levaram a gente, então, pra um restaurante de okonomiyaki. A minha primeiro experiência de comer okonomiyaki na chapa.
Estava delicioso, fiquei feliz demais por ter ido comer okonomiyaki. Um dos meus objetivos nessa viagem era fazer um turismo gastronômico e conhecer várias comidas tradicionais. Foi a primeira vez na vida que comi um okonomiyaki gostoso.
Eu sempre experimentava o okonomiyaki de São Paulo no festival do Japão, mas sempre é um tanto quanto decepcionante, dado a fila, dado o preço, a quantidade e a qualidade.
Tennoji também é conhecido por ter o prédio mais alto de Osaka.
No prédio tem uma doceria muito boa com a especialidade de dango. Comemos um de dango com sorvete. É tipo o Joey de Friends, você junta duas coisas boas e é claro que vai ficar ótimo! E ficou!
Foi muito legal poder trocar ideia, mesmo a gente não entendendo muito de japonês. É legal ver elas se esforçando pra falar com a gente. No final, a tia da Kazumi era a ponte entre a gente, mas também rolou inglês, o que ajudou bastante.
Depois subimos até a parte mais alto do prédio. A vista é linda lá de cima.
Se você está em Osaka, passe por Shinsekai. Lá tem vários jogos, comida boa e a vista fica linda de noite, cheio de luzes.
Aproveitamos que estávamos lá e fomos para Osaka Tower, ali no fundo da foto.
A vista de noite do Osaka Tower é linda.
É incrível como você está em Shinsekai, com coisas super tradicionais japonesas, sobe a torre e vê uma cidade linda com uma arquitetura super moderna.
Finalizamos a noite jantando num ótimo sushi de esteira. Foi a partir dessa momento que percebi a qualidade dos sushis e peixes do Japão. Tudo muito fresquinho e saboroso.
Acho que estava tão na vibe de experimentar os sushis, que só lembrei de tirar uma foto depois que já tinha comido. E é só que eu posso mostrar agora:
O dia foi perfeito. Foi ótimo ter alguém que conhece os locais guiando a gente, mostrando os lugares legais de conhecer e comer. E também foi legal ter contato com uma cultura diferente, tentar se comunicar e aprender. Arigatou!
Nara demais
Hoje vamos conhecer a província de Nara. Basicamente ir no lugar mais turístico dessa província - Nara Park, o famoso parque dos veadinhos - e visitar meu amigo de infância, Fumio, que está estudando japonês em Tenri.
Fomos mais descansados do último dia. Sinto que está finalmente passando o jet lag e posso aproveitar melhor o dia, a noite, e os passeios.
Realmente esses lugares turísticos são lindos.
Como acabamos dormindo mais e acordando mais tarde, tínhamos pouco tempo para passear em Nara Park, dado que já tinha marcado um horário em Tenri para encontrar o Fumio.
Então focamos em ir direto para o parque.
Sim, o parque é lindo! Tem muito verde. E apesar de tantas pessoas - os infinitos turistas - a vibe do parque era muito tranquila.
E ver os veadinhos.
Ah, eles ficam soltos pelo parque. E são totalmente inofensivos, pelo menos é o que eu ouvi falar e que presenciei. Eles não fazem nada, apenas ficam sentados ou andando por aí.
Como lugar turístico, não podia faltando várias lojinhas de omiyage. Comprei vários doces para minha família e amigos. A Kazumi passou na loja do Roku pra comprar uma blusa.
E depois fomos comer. O meu primeiro karê. Top! Foi nesse lugar chamado CoCo Curry House. Achei muito bom! De primeira vista, achei que era um restaurante familiar, de cidade pequena. Tipo aqueles restaurantes que tem os ingredientes secretos da vó.
Mas só depois eu percebi que era uma franquia bem famosa, que tem em vários lugares espalhados por todo Japão.
O karê é simplesmente muito bom! E não podia ser diferente. É um dos meus pratos favoritos e tava na minha lista do "turismo gastronômico" que eu queria fazer. Simples mas super gostoso.
Agora já de barriga cheia e feliz, fomos encontrar o Fumio em Tenri, meu amigo de infância que tá estudando japonês em Nara.
Tenri fica na província de Nara, uns 30 à 40 minutos do parque de trem. É um lugar bem mais tranquilo, menos turístico. Eu descrevo como pacato. Mas a simplicidade da cidade me fascinou.
Tudo limpo, poucas pessoas e muito verde. Um friozinho gostoso, com um sol que deixa a cidade brilhante e bonita.
E tinha vermelho também. As famosas árvore de Momiji, ou também conhecida como Maple.
Passeamos pela cidade, pela universidade, a escola de línguas até chegarmos no templo da religião Tenrikyo, na qual o Fumio é membro. O templo é gigante, muito limpo e lindo, por fora e por dentro.
Fomos em todos e cada parte do templo tinha uma história que o Fumio ia contando pra gente. Fizemos algumas parte de algumas orações e entendemos um pouco mais da essência da religião.
Já estava anoitecendo e fomos jantar no Sutamina Ramen. Estava simplesmente delicioso. O nossa primeiro lamen que valeu a pena. Era um lugar super simples, mas aparentemente bem frequentado entre a comunidade da cidade de Tenri.
Como era fim de noite, decidimos voltar para casa, mas ainda passamos em Nara Park para nos despedirmos da cidade. De noite ela fica mais tranquila, porque todos os turistas estão indo para casa. E as luzes deixam a cidade e o parque lindo.
Já que tudo estava fechando e o cansaço foi batendo, voltamos pra Osaka pra descansar. Próximo dia prometia muito. Em distância e aventura. Uma das cidades que eu mais queria conhecer.
A cidade
Hoje será um dia longo. Vamos de Osaka para Yokohama. Pegar Shinkansen por umas 2 horas (ou 3 horas?).
Decidimos ir dia 6 pra lá pra passar na Yokohama Arena, onde será o show do One Ok Rock, uma banda japonesa de rock, que a gente curte muito.
Infelizmente não conseguimos ingressos, até porque é uma das bandas de rock mais badaladas do Japão atualmente. Mas só de ir perto, comprar os goodies e sentir a vibe já seria bem legal.
Antes de pegar o trem bala, aproveitei pra pegar um bento para comer como asa gohan (café da manhã) e não sentir tanta fome no caminho. Comi katsu, onigiri e um suco muito bom de maça.
Recomendadíssimo!
Chegamos em Yokohama e que cidade linda! Eu amo cidade modernas e arborizadas. Tem bastante jovens, uma cidade grande, mas com menos pessoas que Tokyo. Amor a primeira vista.
Passeando pelas ruas a caminho da Yokohama Arena, eu ficava mais e mais apaixonado pela cidade. Ver um monte de gente na parte de fora da arena, com camisetas, blusas e toalhas do One Ok Rock me fez ficar com muita vontade de ir no show. Seria foda!
Fomos comprar os goodies. Entramos na arena com a vibe, a música e as pessoas em uma outra dimensão. Um sentimento que vou levar comigo para sempre. Comprei uma camiseta preta com colorido como se tivesse pintado com tinta e pincel. Acho que foi o primeiro presente que comprei pra mim.
O tempo passou e começou a bater a fome. Mas já era 3h30 da tarde. Não estávamos achando nenhum lugar para almoçar. A maioria dos lugares estavam fechando. Até levamos um "we are closing" ao entrar num karê house. A mulher não deixou a gente entrar mesmo.
Mas aí achamos uma casa de udon bem simples.
Obviamente o prato principal era udon, mas também tinha uma parte self-service para complementar o prato. Peguei um udon, um prato de gohan com ovo, tempura de camarão e karage.
Muita comida, mas saí muito feliz de ter encontrado um lugar tão bom. Um achado. Talvez essa seja uma das coisas mais legais de se viajar, não planejar muito, as vezes apenas deixar rolar e experimentar o que vem por aí.
Almoçados, fomos passear pela cidade. Muitas bicicletas. Everywhere.
E também muito verde em meio ao cinza dos prédios.
Não tínhamos muito tempo, porque já tinha planejado jantar nas ruas de Dotombori, lá em Osaka. Então pegamos o trem e voltamos.
No meio do caminho, comecei a sentir meu nariz congestionar. Pela minha experiência, ia dar ruim. E deu. Sinusite.
Comecei a ter febre, cancelamos a janta em Dotombori, fui direto pra casa descansar. Capotei na cama.
Tirando a febre e sinusite, foi incrível conhecer Yokohama. A cidade. Minha preferida.
Uma noite (não tão) feliz
Tive pesadelos durante a noite devido a febre. E não é pouca. Acordei de manhã já pensando em tomar algum remédio pra baixar a febre e poder aproveitar o dia. Tomei um banho e a febre começou a baixar.
Estava bem fraco, mas já tínhamos planejado ir para Kyoto nesse dia e era uma das lojinhas que a Kazumi mais queria ir: Rilakkuma Store. Então, mesmo fraco e com um pouco de febre, fomos para Kyoto.
Era um bairro bem simples, me lembra bastante interior. Mas como é Kyoto, era um lugar turístico e tinha bastante gente.
Muito verde e arquitetura tradicional.
Fomos para a lojinha da Rilakkuma e a Kazumi fez várias compras e ficou bem feliz. Mas agora já começava a dar febre novamente. Mais que de noite. Como não estava mais aguentando, decidimos voltar para Osaka e descansar em casa.
Foi um longo caminho pra mim, sofrendo por causa da febre. Triste. Queria ter aproveitado melhor o dia, conhecer mais Kyoto.
Chegamos no apê, tomei remédios e capotei na cama, torcendo que no dia seguinte eu tivesse melhor pra poder aproveitar o dia.
Não foi como esperado, mas foi a melhor decisão descansar pra ficar bem no resto da viagem. Fiquei com dó da Kazumi, acabei fazendo ela perder esse dia de viagem que ela tanto queria viajar em Kyoto.
Ligando os pontos
Hoje acordei antes de todos, muito melhor, aparentemente sem febre e o nariz não congestionado. Not anymore baby. Parece que a sinusite está indo embora finalmente. Sem sinusite → sem febre → diversão!
Escovei os dentes, fiz a barba e tomei um banho. Já estava me sentindo uma outra pessoa. Novinho em folha para começar o dia e finalmente voltar a viajar de verdade.
Só fiquei com um pouco de receio de piorar durante o dia e ter que voltar, já que planejamos todos irmos para Okayama e Hiroshima, que não ficam tão perto do apê em Osaka. Mas pensei positivo que tudo iria dar certo.
Fomos para a cidade de Kurashiki em Okayama antes de Hiroshima para conhecer a cidade e comprar omiyage.
Kurashiki me lembrou a arquitetura bem tradicional de Kyoto. É uma cidade bem tranquila, com uma vibe de interior. Mais pessoas idosas e turistas. Parte de cidade começou a se modernizar, mas mantem a arquitetura tradicional na maioria das partes.
Fomos para um vilarejo que tinha um grande rio, em que podia pagar para passear com um mini barco.
Chegamos na cidade já com fome e começamos a procurar os melhores lugares para almoçar. Achamos um restaurante bem bonitinho, com comidas apetitosas.
Comi um prato completo com gohan, vários tipos de tempura, alguns legumes, sardinha e camarão. Parece tudo delicioso. Em teoria. Na prática não gostei tanto assim.
A Kazumi pegou um prato bem simples de gohan com magurô (atum), que parecia delicioso.
Como me decepcionei com o almoço, decide pegar algum doce para compensar. Vi um parfait de chocolate que parecia muito bom. E realmente era. Acho que foi a melhor sobremesa que comi no Japão. Fica aqui a minha recomendação: experimentem parfait no Japão! Coisa deliciosa.
Já almoçados, continuamos a passear pelo vilarejo e comprar alguns presentinhos.
Como era um lugar turístico, achei as coisas um tanto caras. Mas todas as lojas eram tão bonitinhas. Na volta, passamos por uma "galeria" (?), que era mais moderninha.
Já era mais de 16h e precisávamos passar em Hiroshima ainda. O planejamento era ver o Hiroshima Peace Memorial Museum e jantar o famoso okonomiyaki de Hiroshima.
Pegamos o Shinkansen, porém chegamos super tarde em Hiroshima. O museu já estava fechado como a gente já imaginava. Então fomos jantar. Perto da estação de trem tinha vários okonomiyakis. Fomos no Iichan(いっちゃん).
Se você está lendo isso e pretende ir para o Japão, não deixe de ir para Hiroshima, nem que for para experimentar o okonomiyaki de lá. É uma delícia! Ele foi bem diferente do Okonomiyaki que comemos em Osaka. Esse tinha mais repolho e ovo.
Como chegamos super tarde em Hiroshima e o último trem saia às 20h52, comemos super rápido para não perdermos o trem e não ficarmos presos em Hiroshima. No final conseguimos pegar o Shinkansen de boas. Falo com tranquilidade.
Chegamos em casa bem tarde. Mas foi um dia produtivo e divertido. Fomos de Osaka até Okayama e depois Hiroshima. Ligamos todos os pontos. Hora de descansar que amanhã temos a missão de levar toda a bagagem para Tokyo de novo.
Até mais Osaka
Bom, é dia de dar tchau a Osaka. Ou na verdade um "até mais, eu voltarei". Gostei muito de toda a experiência que tive em Osaka. É uma cidade super grande, muitos lugares legais e perto de tantos outros que fomos conhecer. A minha primeira casa no Japão.
おさかありがとうございます。
Arrumamos todas as malas logo de manhã e senti que minha mala era super pequena. Se fosse comprar mais coisas, provavelmente não ia caber. Então já comecei a cogitar comprar uma maior em Tokyo.
Antes de ir para Tokyo, passamos numa lojinha de takoyaki do lado de casa. Já que íamos pegar o Shinkansen e demorar umas 2h de viagem.
Além do takoyaki, peguei um obentô para comer no caminho também. Na estação tem várias lojas bonitinhas de comida e obentô. Recomendo se forem viajar de Shinkansen.
Chegamos tarde em Tokyo. E fomos para o caminho do nosso novo apartamento.
Fun fact: nos perdemos na estação de trem. Romão e Nami entraram no trem, eu e Kazumi não conseguimos entrar. E eles que estavam com o chip de internet. Ou seja, não tínhamos internet, não sabíamos direito pra onde ir e precisávamos encontrar eles de novo. Por sorte lembramos que o apartamento era perto de Shinjuku, então entramos no trem pra aquele sentido e descemos lá. Por sorte, eles tavam lá esperando a gente. Que aperto!
Agora todo mundo junto de novo, fomos para o apartamento, que ficava num lugar super legal, perto de umas das avenidas movimentadas de Shinjuku, perto das estações de Shinjuku e Ôkubo.
Tinha umas 3 konbinis super próximas do apê e 3 vending machines do lado logo que sai do apê.
De fato o Japão é o país da conveniência.
Já agora no apartamento, aconchegados, todas as malas arrumadas, descansamos um pouco. E depois saímos para jantar. Achamos um TanTan, restaurante de ramen. Em São Paulo tem um da mesma marca em Pinheiros.
Mas estava fechado, então fomos passear pela avenida e procurar novos lugares pra comer. Achamos um super simplesinho, o conhecido Japanese Fried Rice.
E estava muito bom, eu adoro fried rice desde criança. Um prato bom por um preço em conta.
Essas viagens de Shinkansen cansam bastante, então fomos pro apartamento descansar pra seguir viajar amanhã.
A grande ilha artificial
Fomos para Oodaiba, uma das grandes ilhas artificiais de Tokyo. O dia passou super rápido lá e não tenho muitas lembranças, mas algumas ficaram marcadas.
Claro, o gigante Gundam (acho que é um animê, desculpe-me a falta de cultura pop, eu não manjo muito de animês, antigos ou novos.).
Ele realmente é gigantesco. Na foto dá pra perceber a proporção em relação as pessoas.
Vimos o famoso prédio que fez parte de Digimon. Sim, ele existe de verdade.
Comi um prato bem diferente. Tinha gohan e tonkatsu num molho de karê.
- Gohan: gostoso ✅
- Tonkatsu: gostoso ✅
- Kare: gostoso ✅
Eu tive que pegar, apesar de ter sido um tantinho mais caro que o normal. Valeu a pena. Comi um prato diferente e que realmente é muito bom.
Fizemos comprinhas. Fomos no Abercrombie, Adidas, Uniqlo. Mas a que eu mais gostei e comprei mais coisas foi a H&M.
Comprei uma camiseta super bonitinha listrada com dobrinhas na manga.
Foi uma das melhores aquisições da viagem - pra você perceber que eu não sou muito de comprar roupa.
Mas a melhor parte de Oodaiba com certeza foi apreciar a praia de Oodaiba de noite. Ouvindo o som da água vindo e voltando. A brisa do vento. Eu nunca vou me esquecer dessa experiência. Fiz uns vídeos super bonitinhos, mostrando a calmaria da água e da praia de noite.
Para finalizar, voltamos pra casa, e no meio do caminho tinha um restaurante de Takoyaki. Não podíamos deixar passar.
Takoyaki tem a mágica de unir simplicidade e sabor numa bolinha.
Talvez essa seja a melhor descrição que eu consiga fazer de um takoyaki. Que coisa deliciosa! Se eu pudesse voltar atrás, ao invés de voltar pra casa, eu iria comer lá no restaurante. Viver a experiência de comer num restaurante de takoyaki.
E esse foi Oodaiba. Uma das melhores experiências de Tokyo! A parte das águas da praia vai ficar na minha memória pra sempre como um dos melhores sentimentos.
O ponto mais alto de Tokyo
Queríamos conhecer um lugar chamado Asakusa, lugar bem movimentado, cheio de turistas, muito pelo templo, sumida river e a torre mais alto do Japão - e segunda mais alta do mundo - Tokyo Skytree.
Foi a primeiras vez que pegamos metro e fizemos um Suica Card. É como se fosse um bilhete único em São Paulo. Um cartão que compramos na máquina da estação, coloca crédito e pode usar nas estações de trem e metrô. Fizemos esse cartão para usar nos próximos dias, dado que já iria expirar a validade do JR Pass (ありがとうございました JR).
A ideia era passear pelo templo Sensoji durante o dia. Mas logo de cara demos de cara um restaurante de ramen que parecia delicioso. Na minha cabeça já tinha decidido qual seria meu almoço (a sorte é que todo mundo decidiu a mesma coisa).
Como já estávamos com fome, procuramos algum restaurante, mas acabamos voltando pro ramen. E WOW! Foi o melhor ramen que eu já comi na minha vida.
Eu pedi um shoyu ramen acompanhado de gohan, ovos e buta no niku no maçarico. Eu até apreciei o chefe fazendo minha carne.
Depois fomos para o templo em Asakusa. Já na entrada deu pra perceber o quão bonito era o templo.
Antes de chegar no templo, existe um caminho cheio de lojinhas para comprar omiyages, tipo um supermercado.
Rever as fotos do templo me dão boas lembranças.
Tinha também templo menor que era lindo.
E o templo principal estava lotado, muitas pessoas, muitos turistas.
Apesar de ser super turístico e cheio de pessoas, vale realmente a pena ir visitar os templos. Mas eu também reservaria um tempo pra visitar outras partes desse bairro.
Ter visto tanta coisa bonita em Asakusa é olhar pra trás e ter gratidão pela experiência incrível que foi.
Como estávamos um pouco cansados, descansamos um pouco antes de ir para Skytree, a maior torre do Japão e a segunda maior do mundo.
No caminho passamos pelo famoso Sumida River.
E vimos a Skytree lá de longe, do outro lado do Sumida River. Foi legal ir vendo ela lá de longe em Asakusa e ir ficando cada vez mais perto.
E bem de pertinho também.
Subimos até um dos pontos mais altos na Skytree para ver uma das vistas mais lindas do Japão: o ponto mais alto de Tokyo, de noite, cheio de luzes, simplesmente lindo!
Lá de cima era tão alto que minhas pernas tremeram - sim, eu tenho um certo medinho de altura, mas tava tudo bem. Uma experiência que não tem preço. Brincadeira, tem preço sim. Foram ¥2100. Ok por essa experiência! :)
Ah, passamos em dois outros lugares antes de ir pra casa.
Um dos doces mais famosos do Japão é o pancake. Achei ela muito macia e deliciosa.
Gostaria muito que tivesse no Brasil pra eu poder voltar a comer essa sobremesa.
Se vier para Tokyo, experimente as pancakes, são uma delícia!
Fomos também no Pokemon Center. Fiquei namorando, namorando, mas finalmente comprei esse Pikachu pro Kaio, meu irmão. Era uma brincadeira que eu tinha feito com ele, que eu ia pro Japão pra comprar um Pikachu pra ele.
Estávamos exaustos já. Então voltamos pra casa. Vencidos pelo cansaço, pedimos Obentô na konbini. Foi um ótimo dia, uma ótima experiência. Ver Tokyo lá de baixo e lá de cima é simplesmente lindo!
Eletrônicos everywhere
Hoje é dia de Akihabara. Chegamos pelo trem e pertinho da saída da estação já achamos um lugar que queríamos ir: comer Takayaki de Magikarpa.
Eu achei gostoso, mas me pareceu um pouco dorayaki, um doce que eu como desde criança.
A produção é maior rápida, ainda mais porque muitas pessoas vão lá comer ou experimentar pela primeira vez.
Akihabara também é conhecida por ser o bairro dos eletrônicos. Passamos por uma loja só de funkos, aqueles bonecos cabeçudos (lol), uma loja de jogos e video game retrô. Achei até um game boy color. Que saudades.
Tinha uma que tinha uma renca de pikachus.
Lá não achei nenhum restaurante que me deu muita vontade de experimentar, talvez porque não procuramos tanto assim.
Então acabamos indo num restaurante especializado em soba e camarão. As fotos do camarão tavam bem bonitas e não era tão caro assim.
E eu pedi exatamente isso: soba e camarão. Aliás, acho que não tinha outra opção (¯_(ツ)_/¯).
Foi ali que eu comecei a perceber que eu não sou tão fã de soba assim. Eu sempre sinto um azedo no caldo do prato e isso me dá um sensação estranha.
O camarão, obviamente, não estava como nas fotos. Estavam tristes, murchinhos e um tanto oleosos. Não foi um almoço tão bom assim.
Bom, continuamos a passear pelo bairro e achamos um arcade, aquelas lojas de games, que você paga pra jogar. É claro que o que eu joguei foi Taiko no Tatsuji.
Desde criança eu toquei taiko em vários lugares de São Paulo. Viajei com a equipe pra tocar em vários lugares do país também. Mas esse jogo é bem difícil, mais do que eu achava.
Foi muito divertido!
Ah, antes que eu esqueça… tiramos uma foto naquelas máquinas. Olha que fofo que ficou:
A minha impressão foi que Akihabara não tinha tanta coisa pra fazer. Acho que é um bairro mais Otaku-friendly, então eu via tanta coisa que me interessava.
Fomos depois pra Tokyo Station, porque lá tinha uma galeria de lojas. E desde Osaka eu procurava lugares pra comprar uma novo mala de viagem.
Das malas grandes, que era a que eu realmente queria, tava em torno de ¥15000 à ¥18000. Gostei das malas, mas como era muito dinheiro, fiquei com medo de comprar e não ter mais money no final da viagem. Mas deixei marcado pra voltar lá.
Antes de ir pra casa, fizemos uma parada pra descansar e tomar um chá gelado.
E essa foi Akihabara. Sendo bem sincero, não foi um bairro que eu gostei tanto assim. Ele talvez seja bem nichado pra quem curte coisas mais de otaku.
O porto, a roda gigante e a busca pelo soba
A ideia inicial da viagem era programar o dia 6 para conhecer Yokohama e comprar os goodies do One Ok Rock. Mas aquele dia foi especial, curti muito a cidade e queria voltar.
Até porque aquele dia fiquei doente, e não conseguimos conhecer Minato Mirai.
E já que estávamos em Tokyo - bem mais perto que ir de Osaka - e ainda com o JR Pass, voltamos pra Yokohama pra conhecer Minato Mirai.
Começamos tomando um café, minha primeira vez num Starbucks do Japão. Achei bem standard, parecido com o que a gente tem no Brasil.
A embalagem era muito bonitinha, de Merry Christmas, apesar de ainda estarmos em Novembro.
Logo de cara deu pra ver o quão linda é essa cidade. Minato Mirai fica perto do porto de Yokohama, então boa parte do nosso passeio estávamos rodeado de água.
A vista da roda gigante contornada por parte da água do porto era muito bonita.
Atravessamos a ponte para o outro lado pra chegar até a parte do porto.
A beleza natural da cidade foi o que mais me impactou. Sempre muito verde, tudo bem cuidado e limpo.
Muito verde. Parques. Árvores. Tudo limpo. Parecia que existia uma harmonia entre a natureza, a cidade e as pessoas.
A Kazumi queria muito ir num restaurante de soba que ela tinha ido na última viagem que ela fez. Então fomos em busca desse restaurante.
Demoramos um pouco pra achar, porque ficava em um local mais comercial, dificilmente eu achava que teria um restaurante lá.
Mas ele era muito bonito.
Eu peguei um prato completo com gohan, karê e soba.
A Kazumi pegou uma mais tradicional e o mais pedido entre os pratos. O soba separado do caldo com tempurá.
O tempero da comida tava ótima, o karê tava gostoso, mas ali foi o momento que percebi que não sou um grande fã de soba. Na verdade nunca fui fã de macarrão ou massas em geral, mas a sopa do soba que não acho tão gostoso. Ele sempre me parece bem azedo.
Enfim, já almoçados, fomos pro parque, perto do porto. Descansamos um pouco de frente pro porto, gostaria até de ter passado mais tempo lá. Ficar olhando pro mar, com a brisa na cara e apenas contemplando.
Vejo e revejo as fotos e não acredito quão lindo é o porto de Yokohama. É uma experiência que todas as pessoas que viajam pro Japão precisam ter.
A sensação, a brisa, a tranquilidade. Eu ficaria um bom tempo contemplando esse paraíso.
Fomos para cima de onde embarca nos navios. Que lugar incrível. Feliz demais que pude ver o pôr do sol junto a cidade.
Estava escurecendo, apesar que o porto fica cada vez mais bonito no entardecer, e o frio tava batendo bem forte.
De noite, as luzes são bem marcantes. A roda gigante de noite fica lindo. Você consegue ver essa roda gigante de praticamente toda a parte de Yokohama, ali perto.
Foi um dia muito especial pra mim. A cidade que eu mais amei conhecer. Me senti parte. Todos os seus aspectos me impactaram muito.
Bom, voltamos pra Tokyo. Eu feliz demais que aproveitei muito os últimos momento de Yokohama.
Estava bem friozinho ainda. Então resolvemos jantar karê perto de casa.
Voltamos pro apartamento. Barriguinha cheia, quentinho e feliz. Que dia! É como se eu tivesse me apaixonado. A cidade que eu gostaria de viver.
A travessia
Enfim chegamos em um dos lugares que eu mais sonhei estar: Shibuya. Muito pelo clichè de passar pela famosa travessia. Mas soube também que é um bairro bem comercial e cheio de vida. Fiquei com mais vontade ainda.
Chegamos de trem e logo de cara tinha aquela famosa estátua do Hachikō. Mas como esse bairro é super cheio e muito turístico, tinha muita fila pra poder tirar uma foto. Acabamos nem querendo entrar na fila. Queríamos mais passear e conhecer o bairro.
Sim, tinham muitas pessoas! Talvez um dos lugares mais movimentados junto com Shinjuku, a parte da estação de trens.
Senti que é um bairro cheio de vida e que a moda se sobressai. Muito porque existem infinitas lojas de roupas em Shibuya. É tudo muito moderno e jovem.
Fomos em um lugar chamado Muji Store. Eu não conheci, mas me apaixonei por aquele lugar. Basicamente é uma loja com várias coisas, de roupas até "papelaria" e perfumes. Tudo com um toque bem minimalista.
Comprei um notebook e uma lapiseira, que achei bem em conta. Mas amei o design. Muji ganhou meu coração com design. Essa simplecidade me fascina.
Já começou a bater aquela fome. A Kazumi queria comer massa, mas convenci ela a comermos hamburguer. Escolhemos o que estava mais perto. Uma rede famosa chamada Mos Burger.
Não gostei muito. Não porque é ruim, mas porque eu esperava um super hamburguer, estilo os de São Paulo. Mas a carne do hamburguer era bem diferente. Não parecia um hamburguer de verdade. Não consegui saciar minha vontade. Esse foi o momento que eu realmente senti falta de São Paulo. Quer dizer, do hamburguer de São Paulo.
Depois do almoço, fomos em busca da loja do One Piece. No meio do caminho vimos gringos andando de "mario kart" (¯_(ツ)_/¯).
E depois de um bom tempo andando de lojas em lojas, achamos o famoso One Piece.
Basicamente era o prédio inteiro com o design temático de One Piece. Achei tudo muito bonito (e caro!). Eu acabei não comprando nada. Mas foi divertido ver um prédio inteiro com um dos desenhos mais icônico do Japão.
Voltamos pras ruas pra andar e conhecer mais lugares.
Esse bairro é lindo demais. Ela é até que bem arborizada, apesar de ser puramente urbana e comercial.
Nesse meio do caminho já tinhamos combinado em voltar num café que queríamos conhecer. Porque visto de fora era muito bonitinho.
Gostei de lá, bem simples e super gostoso.
Peguei um Tea Parfait, que basicamente é uma camada de sorvete de creme, com amora e chantilly, tudo em cima do chá.
E um bolo de chocolate com banana.
Já estava começando a escurecer e ainda tinham muitas coisas pra conhecer em Shibuya.
Além de Shibuya ser um bairro bem metrópole, cheio de lojas e áreas comerciais, achamos um parque e passeamos por lá de noite.
Como já estava de noite e a gente um pouco cansados, decidimos voltar para Shinjuku. Sem planejamento para a janta, procuramos um lugar na avenida movimentada de Shinjuku.
Achamos o restaurante Yayoi.
Achei ele super simplesinho, mas a comida é tão bem feita e gostosa. Peguei um mix de gohan, ovo e tonkatsu com brinde de ebi - camarão. Delicioso.
A Kazumi também gostou bastante e decidimos que voltaríamos nesse restaurante antes da viagem acabar. Comida boa, memórias boas.
Acho que acabou sendo um dia super corrido e poderíamos ter aproveitado mais lugares, porque Shibuya é super grande. Mas foi proveitoso tudo que vímos. Quero voltar mais vezes.
Entre grandes bairros, Harajuku
Hoje é dia de Harajuku. Esse bairro fica lado a lado com Shibuya. Dá pra ir a pé tranquilamente aproveitando a paisagem.
A gente queria passar por uma rua famosa chamada Takeshita Dori Street. Basicamente é uma rua super longa que tem varias lojas de roupas, utensílios e alguns restaurantes.
Achei muito legais as lojas, são roupas que não se compram no Brasil e não é a moda americana tipo Zara, Adidas, GAP. É um estilo "japonês", ele sai um pouco das coisas que costumo ver no ocidente.
Ah, pra ter como referência brasileira (ou paulista), é tipo os brechós da Augusta e Vila Madalena.
A Kazumi comprou um cachecol super bonitinho logo na primeira loja. A gente tambem decidiu experimentar o crepe se desse tempo.
No meio do caminho, achei uma loja com roupas bem style. Fiquei em dúvida entre duas blusas, muito diferentes do que eu tenho. Mas pareciam um tanto caras, então decidi pegar no final do dia, caso não tenha gastado tanto.
Continuamos na rua e já começamos a planejar o almoço. Fomos no (restaurante), que é basicamente um fast food de hamburguer. Achei melhor que o Mos Burger, mas ainda não se comparava aos hamburgueres de São Paulo.
Nesse momento percebi que realmente sentia falta de "hambúrguer de verdade". A carne suculenta, o pão bem feito, a maionese saborosa e o queijo derretendo. O que eu tinha visto até agora não eram hamburgueres de verdade. Longe disso.
Bom, nesse dia tinhamos lugares planejados pra ir: loja da Alice, Cat Street e Kiddyland.
O primeiro lugar foi Alice.
Sim, essa portinha é a porta de entrada da loja. Você literalmente precisa se abaixar pra entrar na loja. E o mais engraçado é que ficava numa rua aleatória de Harajuku. A gente até teve uma leve dificuldade de achar.
Fomos comprar lembrança para a irmã da Kazumi. Dentro da loja é tudo decorado e bonito.
Assim que compramos, decidimos continuar a passear pelo bairro, enquanto procuravamos os lugares que queríamos ir.
Harajuku é um lugar cheio de árvores bonitas, mas com muita modernidade e lojas de moda.
Eu comecei a perceber que é um padrão de algumas partes de Tokyo, ter essa mistura de árvores, a parte verde e a modernização, prédio grandes e a lojas de roupas de marca.
Cat Street é basicamente uma rua estreita com lojas em volta, mas tudo muito bonitinho e tranquilo. Um ótimo lugar para passear caso esteja querendo sair da multidão das avenidas principais de Harajuku.
Ah, passamos de novo numa H&M. Acho que é a loja que eu mais gostei em questão de design.
Acabei comprando essa camisa. Sempre me senti um jovenzinho e não liguei muito em ser adulto. Acho que a idade chega e outros interesses aparecem. Gostando do look mais social.
No meio de todas essas experiências que tivemos, decidimos na hora ir para Omotesando, um bairro do lado de Harajuku. Local onde fica o LATTEST Omotesando ExpressBar, café que a Mizuki do Terrace House trabalha como barista.
Mas aquele dia, ela não estava lá.
O lugar é super bonitinho. Tudo bem industrial. É claro que um cafézinho da tarde é ótimo, mas a gente foi mesmo pra ver a Mizuki e quem sabe tirar umas fotinhos.
Pena que ela não estava lá. Mas pelo menos o café é super bom, vale a pena conhecer!
Bom, já na volta pra casa, demos adeus (ou será que um "até mais"? Vocês vão saber!) a Harajuku.
A janta já estava decidida: Yakitori em Omoide Yokocho.
Lá estava insano de cheio. Tudo lotado, todos os yakitoris que achamos legais. Só depois paramos pra pensar que era uma sexta feira e aquele lugar lota de pessoas que estão saindo do trabalho e fazendo happy hour nos Izakayas.
Os restaurantes eram abertos.
E super simples.
Mas achamos um que parece legal e não tão cheio assim.
Comemos yakitori, algumas lulas e bebidas. Acho que ficou um tanto caro, mas acho que é por causa de ser carne. No Japão parece que as carnes bonivas e suinas são mais caras por conta de pouca produção comparada a peixes.
Mas valeu demais a experiência. Apesar da comida não ser nada demais, eu iria novamente comer um yakitori. Talvez não numa sexta de noite. Mas vale muito a experiência.
Foi um dia cheio e divertido. Gostei demais!
Na Vitória e na derrota
Hoje é sábado, dia que o pessoal sai mais tranquilo de casa e os trens não estão tão cheios assim. Tokyo de fim de semana é muito bom!
Eu e Kazumi vamos visitar a Vitória em Chofu e almoçar Shabu Shabu. Eu nunca tinha comido, mas queria muito experimentar.
Fomos de metrô dessa vez. Uma linha diferente. Chofu ainda fica em Tokyo, mas um pouco mais distante do "centro" (eu considero Shibuya e Shinjuku o centro de Tokyo haha).
Demorou um tanto pra chegar, uns 20–30 minutos, mas os transportes são bem tranquilos no Japão.
Encontramos a Vitória e já fomos direto almoçar.
Disclaimer: eu conheci a Vitória lá. Ela é namorada do Jun, que trabalhou com Kazumi. Então foi divertido conhecer gente nova também.
Ela já conhecia o esquema de como funcionava o restaurante de Shabu-shabu e sabe japonês, então deixamos por conta dela organizar tudo hehe.
Shabu-shabu parece um tipo de sukiyaki, mas ele é mais "sopa". O preparo também é bem parecido. Você mesmo coloca as verduras e carnes e cozinha na sopa. Achei delicioso, apesar de ser um pouco maos caro que a maioria dos pratos que comi até aqui.
Foi muito bom comer e experimentar um prato diferente e conversar sobre como tem sido a experiência da Vitória no Japão estudando japonês.
Depois de almoçar, ela levou a gente também no misudo (Mr. Donuts). Comemos um donuts e finalmente tomei um café.
Café foi uma das coisas que senti falta no Japão. Tinham muitos em lata nas vending machines, tem o starbucks também. Mas nada como um cafezinho de padaria ou um Coffee Lab saboroso.
Nos despedimos dela e passeamos um pouco em Chofu. Me pareceu muito uma cidade pacata, poucas pessoas e a maioria mais velha ou idosa. É um lugar tranquilo.
Na volta nos perdemos totalmente no metro. Demos voltas e voltas e não conseguíamos saber qual o metrô certo pra voltar pra Shinjuku. Levamos quase 1 hora a mais pra voltar porque nos perdemos legal.
Tudo isso deixou a gente bem cansados. Só queríamos voltar pra casa e ficar de boas.
Doces, sushi e notebook
Hoje temos alguns lugares que queremos ir: Okashi no Machioka, a papelaria Sekaido, comer sushi e ir no parque perto de Tokyo Station.
Como íamos pra Okashi no Machioka, a gente fez um caminho diferente por Shinjuku. E que surpresa ver uma parte mais linda ainda desse bairo. Eu realmente amei esse lugar.
Ah, Okashi é basicamente uma doceria misturada com salgadinhos e super barata. Compramos um mooonte de coisa lá.
Andamos por uma parte mais turística, cheio de restaurantes, eletrônicos e docerias.
Fomos também numa papelaria grande em Shinjuku. Lá é o paraíso para quem são os loucos da papelaria. Comprei uns notebooks e canetas. Pra continuar meu daily journal.
Nesse papelaria, achei o sketch book da Lauren Tsai. Nossa, é lindo!
Nesse meio tempo, decidimos almoçar sushi. Fiquei feliz, porque até esse dia, a gente só tinha ido apenas uma vez. Queria muito ir.
Fomos no Sushi Numazuko, que fjca pertinho da estação de Shinjuku. Tinha até fila pra entrar no restaurante. E valeu toda a espera. Que sushi maravilhoso. Até hoje foi o melhor sushi que comi e que mais sinto saudades.
O sushi é uma experiência fantástica. É muito legal ver os pratinhos na esteira e dependendo da cor do prato, eles tem preços diferentes. Eu fiquei apaixonado.
Já estávamos perto da estação de Shinjuku, lá tem umas lojinhas bem legais.
Mas logo fomos para Tokyo Station.
Indo em direção ao parque, pertinho da estação. Aliás, a estação fica do lado de um prédio super tradicional (até hoje não sei o que é!).
O parque é simplesmente lindo! Ainda não mais com o vento gelado combinando com o sol - e o quase pôr do sol - tudo ficou ainda mais bonito.
Tudo muito arborizado e a luz do sol deixando tudo dourado.
Voltamos pra casa, já que estava anoitecendo. Acabamos comendo obênto. E nessa noite fria eu também fiz minha corrida.
Bom demais correr tranquilo por Shinjuku.
Em companhia do mar
Hoje planejamos ir em alguns lugares. Já estava na minha lista conhecer o famoso Tsukiji Market, com toda aquela gama de peixes fresquinhos. A Vitória também recomendou a gente conhecer Tsukishima e comer Monja.
Chegamos no market. Me pareceu uma feira com muitas coisas de peixe e frutos do mar.
E tinha muitos turistas conhecendo esse lugar e aproveitando pra comer tudo que é de bom!
O mais legal é que eles fazem alguns peixes no espeto na hora, fresquinho.
Comi também um pãozinho de karage, maionese e repolho. Uma delicía! Eu nunca recuso karage.
Decidimos que não íamos comer tanto, pra poder ir em um Sushi bar. (sim, o sushi de Numazuko me inspirou em querer ir mais vezes comer essa delícia!)
Os sushis realmente são diferentes de sabor do Brasil.
O arroz vem morno e muito saboroso. E o peixe é muito fresco e com um sabor bem superior. Você sente o sabor do peixe de verdade. E não precisa ficar mergulhando no shoyu (o que eu sempre achei bizarro das pessoas no Brasil).
Ah, e praticamente todos os sushis vem com wasabi. Pra mim é ótimo que aprendi a amar. Isso realmente dá um toque diferente no sushi. É maravilhoso.
Eu realmente recomendo experimentar sushis em Tokyo!
Ainda em Tsukiji, paramos pra pegar uma sobremesa! Sorvete de manga. Nossa, que delícia! Ficava numa barraquinha que nem dava pra perceber que tavam vendendo algo e nem que era de sorvete.
Como planejamos jantar monja em Tsukishima, já nos preparamos para andar de Tsukiji até lá. Basicamente teríamos que passar pela ponte que fica em cima da famosa Sumida River. É lindo lá!
Eu achei a cidade bem pacata. Não tinha tantas coisas pra fazer, apenas passear pelos lugares bonitos e ver o mar. Ainda mais que era um dia de semana, e parecia que a maioria das pessoas estavam trabalhando.
Deu pra ver a diferença com outras cidades / bairros que são mais movimentados de pessoas japonesas ou de turistas. Tsukishima é bem mais tranquilo.
Mas ver o mar é ainda uma das melhores experiência que tive! Uma brisa fria, com um sol luminoso, o mar calmo e você refletir sobre a vida.
Gostei de passar esse tempo em companhia do mar.
Finalizamos o dia experimentando monja! Ele é uma espécie de okonomiyaki, mas bem mais mole. A Vitória descreveu bem: "Uma gororóba!"
Aqui ela está no começo da prepação. E essa próxima foto é ela praticamente pronta pra comer.
Aí você pode usar o seu pratinho pra pegar. Pegamos 2 tipos: um de karê e outro de camarão. Eu achei bem bom!
Esse lugar é conhecido como Monja Street, onde só tem restaurantes especializados em Monja. A galera vai pra comer e ficar bebendo até não aguentar mais depois do longo dia de trabalho.
Foi um dia legal, experimentando coisas diferentes!
Asiáticos são todos iguais?
Deixamos Korean Town pros últimos dias porque a Kazumi queria fazer várias compras lá, aí não ficaria tão cheio o apartamento.
Korean Town é um bairro koreano, que fica perto de Shin Okubo, pertinho de onde a gente tava morando em Shinjuku. Nosso apê ficava entre as estações de Shinjuku e Okubo. E Okubo é 5 minutos a pé de Shin Okubo.
Chegamos lá a pé mesmo. De cara já tinha visto várias lojinhas de Melon Pan, que já estava namorando durante toda viagem, mas acabei nunca experimentando. Já chegamos comendo.
Aquele bairro é uma rua inteira sodo mundo koreano. É uma mistura entre restaurantes bem tradicionais koreano e kpop everywhere.
Lojas de roupas, bijouterias, presentinhos, etc. Tudo personalizado. A Kazumi acabou comprando um brinco/piercing. Basicamente é o estilo que o Sugha usa (Sugha é um dos membros do BTS, boy band famosa do mundo KPop).
A gente acabou parando em poutra lojinha pra comer: Juicy Korean Hotdog. Eu achei gostoso, mas nada demais. Eu prefiro o nosso hotdog de SP mesmo.
Entre lojinjas e restaurantes, acabei parando em outro lugar pra pegar frango frito. É um prato bem famosinho da Korea. Eu queria experimentar como petisco.
Já passado um tempo de compras e petiscos, a gente queria usar o banheiro, então pensamos: "por que não já almoçarmos?" e teríamos o banheiro consequentemente.
Fomos para o Miyomi, um restaurante tradicional Koreano. Lá acabei pedindo mais coisas do que deveria.
Eu já tinha comido de monte dirante o passeio e ainda acabei pedindo 2 pratos grandes, porque queria experimentar.
Eu não tinha ideia que esses pratos eram agridoces (eu já ouvido falar que pratos koreanos são apimentados, agridoces ou os dois juntos. Não sei se é verdade).
Fiquei muito enjoado. Acho que o excesso de comida combinado aos pratos agridoces me deixarem bem bad: food coma total.
Acabei nem comendo tudo, porque tava muito doce. Deixei e fomos embora.
Como estávamos perto de casa e eu tava bad, decidimos voltar pro apê e descansar.
Acabei dormindo 1 horinha e já tava super bem pra mais viagem!
Fomos passear em Shinjuku, perto da estação tem um lugar chamado 3 coins, que é bem famosa por sinal. Basicamente é uma loja que você compra quase tudo por 300 iens (super barato!).
Comprei um chinelo japones, uma garrafinha de agua elegante e novas meias. Não esperava achar coisas tão legais lá.
Ainda perto da estação, fomos tomar café da tarde. Achamos um café bonitinho chamado La Petit Mercerie. Tomamos suco de laranja.
E comemos torta de chocolate e morango.
Depois disso decidimos voltar pra Okachi no Machioka. Foi tão bom comprar doces e salgadinhos que queríamos mais pra levar pro Brasil. Bom demais!
Sushi foi uma das melhores experiências que tiver no Nihon, queria mais, pra me despedir. Sugeri irmos no Himawari Sushi, que ficava bem pertinho do Okashi.
Himawari ficou abaixo de todos que a gente comeu, mas ainda assim achei bem gostoso. Finalizei a noite bem feliz! Nossa, esse dia foi com certeza o que eu mais comi.
E respondendo a pergunta: Não! Os asiáticos não são iguais. Cada um com sua cultura, seus modos e comportamentos. Sua comida e cultura pop. São muito diferentes. Cada um é único por si.
O último
No dia anterior já começamos a organizar a nossa despedida do Japão. Decidimos ir de ônibus para o aeroporto, muito por conta das malas. O ônibus sairia mais em conta e seria mais seguro. Então logo de manhã planejamos ir para Shinjuku comprar as passagens do ônibus e já deixar tudo pronto.
Como estávamos em Shinjuku, voltamos para as lojinhas de eletrônico. Fiquei namorando um fone de ouvindo. Acho que até aquele momento, tinha comprado poucas coisas pra mim e ainda sobrou até que bastante dinheiro pra gastar. Enquanto pensativo, fomos almoçar!
Finalizamos com um karê! Ele era bem simplesinho, mas gostoso. Como karê não pode ser gostoso, não é mesmo?
Bom, eu decidi. Decidi comprar o fone. Me dar algo de presente. Até hoje uso e foi uma ótima aquisição! Gostando demais.
Lembro que meu comentou sobre Google Home, então fomos na Bic Camera, a loja mais famosa de eletrônicos do Japão. Lá consegui comprar o Google Home pro meu pai. Eu sabia que ele ia gostar!
Hoje foi dia de compras mesmo. Fomos pra papelaria de Shinjuku de novo. Comprei um moleskine. O meu primeiro!
A partir daí, foi mais passeios. Fomos pra Shibuya, nos despedir. De lá, fomos a pé até Harajuku.
Mas antes passando por Yoyogi Park e Meiji Shrine.
Lá é um lugar lindo! A natureza e a calmaria me chamou muito atenção.
Agora já em Harajuku, decidimos ir a última vez no Lattest Omotesando tomar café. Eu gostei bastante de lá.
E acabamos encontrando a Mizuki. Tiramos fotos com ela haha.
Ela foi super simpática. Entendeu o nosso nihongô, falando que a gente era fã de Terrace House e que eramos do Brasil. E deixou a gente tirar fotos com ela.
Na volta, experimentamos o Croquant Chou, o formato lembra bastante um churros, mas ele é durinho e um caldo doce por dentro. Mas talvez um dos melhores doces que comi foi o "pankeki", ou os fluffy japanese pancakes.
No final da noite encontramos nossos amigos e fomos jantar a última vez no Japão. E não podia ser diferente: Sushi!
Eu queria me despedir em grande estilo. Acabei comendo 16 pratinhos. Mas fiquei impressionado que eu não gastei muito dinheiro. Fiquei feliz demais! O último dia.
Perceções sobre a viagem
Viajar em grupo é complexo. É dificil gerenciar a felicidade de todos em varios contextos diferentes. Quase impossivel. Cada pessoa tem uma identidade diferente e reage diferente a stress e pressão ou momento alegres. O melhor a se fazer é respeitar o espaço de cada uma.
Falando do espaço de cada, eu sento falta do meu tempo sozinho. Eu sou do tipo de pessoa que ama e necessita o tempo consigo mesma. E viajar em grupo exige você estar sempre rodeado das pessoas e proporcionar uma boa experiência pra todo mundo.
Ao mesma tempo que tem toda essa complexidade de viajar junto, também tem toda a parte positiva de compartilhar esses momentos e ter trocas. Conversar sobre o dia, os lugares, as experiências e os aprendizados.
Eu senti falta de café e hamburger aqui no Japão. A cultura é diferente e valoriza muito mais o chá - que é uma delícia - talvez por isso não tenha tantos coffee house lá. O hamburguer pra mim foi decepcionante. Eu nem diria que comi hamburguer de tão diferente que é. E também não achei nada tão gostoso assim. O melhor que comi foi o do McDonalds, o que diz muita coisa.
Senti falta disso, mas ao mesmo tempo tive as melhores comidas do mundo. O karê, shabu-shabu, monja, bentô, tonkatsu, okonomiyaki, ramen, udon, sushi. Nossa, como sou grato de ter tido essa experiência lá. Quero voltar lá apenas para relembrar de todas essas maravilhas.
Mas vamos falar um pouco de cultura. Percebi que a cultura molda o comportamento e a nação como um todo. Mas mais do que isso. Ela influencia os tipos de trabalhos, a infraestrutura do pais - como as lojas de conveniência. A ideia de individuação dos lixos (cada um se responsabiliza pelo seu).
Ainda sobre a infraestrutura do país, fiquei muito impressionado com a organização de como funciona o Japão. Os trens chegam no horário planejado em praticamente todas as vezes - nunca tive problemas de horário. E mesmo quando atrasa, somos avisados que atrasa. Os lixos são responsabilidade individual e não há muita sujeira nas cidades. Achei incrivelmente limpo as ruas. As coisas funcionam. País de primeiro mundo é outro nível.
Acho super legal em como os japoneses são expressivos. "Eee", "sugee", "tanoshii", "oishii" são expressões bem comuns. O jeito que reagem é muito único.
Mas todas as partes positivas não deixa o Japão de ser um país imperfeito. Mesmo com uma cultura que você fica impressionado, ainda existem alguns problemas. Ainda existem resquícios do machismo. Um tanto velado, mas existe. E que me parece um tanto aceito pela cultura. Os mais velhos são incondicionalmente venerados, mesmo em situações em que não estão corretos. E assédio, que muito se ouve falar, mas que não precisamos falar o quão criminoso é.
Apesar disso, ficam as boas memórias! Ter tão pouco tempo no Japão me fez querer aproveitar cada segundo de sua grandeza. E isso fez com que eu não continuasse meu hábito de leitura diário. Os dias são corridos, e muito aproveitosos por sinal, mas chego super cansado com um tempo limitado para descansar e dormir. Senti falta da leitura e dos meus livros. Mas todo segundo lá valeu a pena!
Japão mudou a minha vida. Mudou a minha visão sobre mundo. Me mostrou como um cultura pode ser tão diferente e tão fantástica ao mesmo tempo. Me deixou boas lembranças e memórias que vou guardar pra sempre comigo. Tenho a pretenção de viver mais experiências lá, nem que seja por alguns anos, mas me senti em casa. E essa sensação eu nunca vou esquecer.
Vou finalizando a história da minha viagem e minhas percepções por aqui. Não consigo descrever o quão incrível foi. Só indo para saber. Espero que essas histórias te divirtam e inspirem todos irem pro Japão algum dia. É uma experiência pra vida.
Tchaaau! ✌️✨